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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

3º Ano 2018

Após uma aula prática, uma selfie mostrando a serra de Guaiúba

Peixe se reproduz sem sexo e desafia teoria de extinção da espécie

O pequeno peixe se reproduz de forma assexuada e desafia teoria de extinção da espécie


A teoria da evolução sugere que as espécies que se reproduzem de forma assexuada tendem a desaparecer rapidamente, uma vez que seu genoma acumula mutações mortais ao longo do tempo.

Mas um estudo sobre um peixe lançou dúvidas sobre a velocidade desse declínio.

Apesar de milhares de anos de reprodução assexuada, o genoma da molinésia-amazona (amazon molly, em inglês), que vive no México e no sul dos Estados Unidos, é notavelmente estável ​​e a espécie sobreviveu.

Os detalhes do trabalho foram publicados na revista Nature Ecology and Evolution.

Há dois caminhos fundamentais pelos quais espécies se reproduzem - a forma sexuada e a assexuada.

A reprodução sexuada depende de células especiais reprodutivas masculinas e femininas, como os óvulos e os espermatozoides, juntando-se durante o processo de fertilização.

Cada célula sexual contém metade do número de cromossomos das células parentais normais. Depois da fertilização, quando o óvulo e o espermatozóide se fundem, o número normal do cromossomo celular é reintegrado.

A reprodução assexuada é diferente.

Uma vida nasce do celibato

Em vez de criar uma nova geração misturando medidas iguais de DNA das mães e dos pais, a reprodução assexuada dispensa o macho e, em vez disso, cria novos descendentes contendo uma cópia exata do genoma da mãe - uma clonagem materna natural.

Essa é uma maneira incrivelmente eficiente de criar uma nova vida. Ao não desperdiçar material genético na criação de machos, todos os descendentes nascidos a partir da reprodução assexuada podem continuar se reproduzindo.

Mas há um ponto negativo. Como os descendentes são fac-símiles genéticos da mãe, eles apresentam uma variabilidade limitada.

E a variabilidade genética pode proporcionar uma grande vantagem. É justamente o que permite que as populações respondam e superem as mudanças no meio ambiente e outras pressões seletivas, ao permitir a sobrevivência dos mais adaptados.

A reprodução sexuada proporciona um grande espaço para gerar essa variabilidade genética, quando os pedaços de cromossomos individuais se recombinam assim que os óvulos e os espermatozoides se fundem e formam combinações únicas de cromossomos.

Outra vantagem da reprodução sexuada é que as mutações nocivas, que se acumulam naturalmente ao longo do tempo, são diluídas e seus efeitos anulados durante essa mistura genética.

Já os organismos que dependem da reprodução assexuada são propensos a perder essas vantagens.

O professor Manfred Schartl, da Universidade de Würzburg, é um dos principais autores do estudo e diz: "As previsões teóricas eram que uma espécie assexuada passaria por decomposição genômica e acumularia muitas mutações ruins e, sendo clonada, não seria possível depender da diversidade genética para reagir a novos parasitas ou outras mudanças no meio ambiente."
Image caption Molinésia-amazona sobrevive há pelo menos 500 mil gerações, muito mais do que a média observada em espécies com reprodução assexuada | Foto: Science Photo Library

"Havia previsões teóricas de que um organismo assexual desapareceria depois de cerca de 20 mil gerações".

Nos círculos da biologia evolutiva, essa acumulação gradual e fatal de mutações mortais é conhecida como "catraca de Muller", em homenagem ao cientista vencedor do prêmio Nobel Hermann Muller, que desenvolveu a teoria.

Mas o último estudo sobre a estabilidade a longo prazo do genoma da molinésia-amazona lançou algumas novas descobertas surpreendentes sobre o potencial custo da reprodução assexuada.

Derrubando as probabilidades

Acredita-se que o peixe molinésia-amazona seja um híbrido surgido após a reprodução entre duas espécies de peixes aparentados - o molinésia do Atlântico e o molinésia de Sailfin.

É um dos poucos animais vertebrados que se reproduzem de maneira assexuada.

A molinésia fêmea amazona pode se reproduzir apenas ao ser exposta ao esperma de uma espécie relacionada de molinésia, mas o DNA do espermatozoide geralmente não se aproxima dos descendentes.

Para definir o impacto desse estilo de vida celibatário, a equipe de pesquisadores comparou as sequências do genoma da molinésia-amazona aos coletados em vários locais, como o México e o Estado do Texas, nos EUA.

Usando as sequências do genoma, a equipe de pesquisadores conseguiu construir uma árvore genealógica.

A árvore mostrou que todos os peixes compartilharam o mesmo antepassado e que o peixe progenitor nadou em águas americanas há cerca de 100 mil anos.

Sobrevivente persistente

A molinésia-amazona sobrevive há cerca de meio milhão de gerações - muito além do que a teoria sugeria.

Mas não foi só isso. Quando os cientistas procuraram indícios de decadência genômica a longo prazo, havia muito poucos, como o professor Schartl explicou:

"O que encontramos é que esse peixe preservou seu genoma híbrido e o que sabemos da criação de plantas ou animais é que, quando tentamos fazer algo melhor, criamos um híbrido".

E ele acha que é esse "vigor híbrido" que sustenta a sobrevivência persistente da molinésia-amazona.

"O que a natureza tem feito é criar desde o início um bom híbrido, que prosperou".

"É claro que há mutações, mas o que sentimos e que não foi levado em consideração é que a evolução eliminará as mutações deletérias e somente aqueles que se tornam melhores, com boas mutações, prosperarão".

Ao comentar o trabalho, Laurence Loewe, professor assistente no Instituto para a Descoberta de Wisconsin, da Universidade de Wisconsin-Madison, disse à BBC:

"Normalmente, as espécies sem recombinação regular não são muito duradouras na forma evolutiva. No entanto, a molinésia-amazona parece ter encontrado uma maneira de sobreviver por um tempo surpreendentemente longo sem acumular sinais de decomposição genômica".

"Para descobrir como isso ocorre, provavelmente teremos que combinar muitos dos grandes avanços na genética evolutiva dos últimos 100 anos".

Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/internacional-43062040

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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Brasil é segundo maior criador de rãs do mundo - Vídeo Globo Rural



O Brasil é o segundo maior criador de rãs do mundo. O primeiro é Taiwan, mas existe uma diferença: na Ásia as criações são semi-intensivas e as rãs ficam solltas, enquanto no Brasil os ranários adotam o sistema de confinamento. Apesar do segundo lugar no mundo, a produção brasileira ainda é pequena. Alguns grupos de criadores brasileiros encaram o desafio da criação de rãs, que já tem sua carne no cardápio de alguns restaurantes do país. No Rio de Janeiro, quatro tipos de pratos são servidos com a carne de rã no estilo da comida chinesa. Segundo o dono do local, Alexandre Peres, o quilo da carne de rã custa em média R$ 60: "Infelizmente, ainda é um prato para poucos". Os dados da produção de rãs ainda são imprecisos. O último levantamento oficial do IBGE de 2016 fala em 160 toneladas ao ano, mas há quem diga que esse número seja três vezes maior.

Veja abaixo a reportagem do Globo Rural sobre o mercado de rãs.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Resumo do Livro Limnocultura: Limnologia aplicada à aquicultura - Oxigênio Dissolvido

Oxigênio dissolvido (OD) é principal parâmetro na avaliação da qualidade da água para aquicultura. O oxigênio dissolvido é essencial à respiração dos peixes e para as bactérias que decompõem a matéria orgânica presente no viveiro.

Baixe aqui o resumo do capítulo do livro Limnocultura: limnologia aplicada à aquicultura que explica toda a dinâmica do oxigênio dissolvido em um viveiro de aquicultura.

domingo, 4 de fevereiro de 2018

'Operando Nemo': Cirurgia retira tumor de casal de peixes-palhaço

Peixes, que chegam a custar R$ 3 mil cada, apresentavam excesso de massa na boca. Cirurgias duraram 15 minutos e foram consideradas de sucesso, segundo a avaliação de veterinários.


Peixe-palhaço passou por cirurgia nesta terça-feira (30) em São Paulo (SP) (Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação)
Uma cirurgia delicada e inusitada mobilizou veterinários para corrigir o tumor na boca de um casal de peixes-palhaço, a espécie que ficou famosa no mundo todo por causa do longa de animação "Procurando Nemo", de 2003.

As cirurgias duraram 15 minutos cada e foram consideradas de sucesso, segundo os veterinários que participaram do procedimento feito em uma clínica em São Paulo, no dia 20 de janeiro. Os peixes juntos chegam a custar cerca de R$ 6 mil por ser de espécie rara de peixes-palhaço.

Um dos integrantes da equipe é o anestesista William Petroni Leal, de Sorocaba (SP). Ele explica que a anestesia foi aplicada na musculatura do peixe com o uso de uma seringa.

Já o anestésico geral local foi inserido nas brânquias do casal. No dia da cirurgia, a fêmea pesava 9,5 gramas e o macho 3,9. Ele já estava há uma semana sem se alimentar.

De acordo com o cirurgião-veterinário Alessandro Bijjeni, os dois peixinhos apresentavam excesso de uma "massa" não identificada no interior da boca.

Bijjeni suspeita que seja um odontoma, considerado um erro embrionário, que pode ser causado por bactérias, vírus ou algum tipo de trauma no local.

O cirurgião afirma que o caso não é raro, mas o anestesista afirma que este tipo de cirurgia, que custa aproximadamente R$ 1,5 mil cada, não é tão comum de ser feito na clínica. Tanto que esta foi a primeira vez que o procedimento foi feito no local.

"Às vezes, os donos até procuram alguma ajuda, mas, pela falta de profissionais que façam este tipo de cirurgia, desistem", comenta William Leal.

Segundo ele, em outros países, como nos Estados Unidos, há maior procura para esses casos, já que o mercado de animais silvestres por lá é mais amplo.

Peixe-palhaço passa por procedimento para retirada de tumor (Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação)

A cirurgia


Durante a cirurgia, os peixes ficaram com uma sonda que levava água para dentro do organismo e os mantinham oxigenados.

Após o procedimento, o casal ficou em observação por dois dias em um "aquário-hospital", com água controlada e observação clínica. Eles devem voltar para a casa nos próximos dias. O material retirado do casal foi enviado a um laboratório para análise.

    "O tumor estava crescendo há certo tempo e eles estavam com muitas dificuldades para se alimentar”, diz o cirurgião.


O tumor impossibilitava um dos peixes de comer há uma semana (Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação)

O casal de peixes-palhaço pertence a um criadouro particular de São José dos Campos (SP). "Levar os peixes ao veterinário é normal", afirma Luciano Tadashi, dono dos peixes. Ele diz que há um ano percebeu o crescimento do tumor.

Peixe-palhaço momentos depois da retirada do tumor (Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação)

Espécie em perigo


Na época do lançamento de Procurando Nemo, em 2003, a procura por peixes-palhaço aumentou tanto que estudiosos afirmam que a espécie foi localmente extinta em algumas regiões do sudeste da Ásia e da Tailândia.

Depois da cirurgia, o casal está recuperado e pronto para voltar pra casa (Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação)
Fonte: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/operando-nemo-cirurgia-retira-tumor-de-casal-de-peixes-palhaco.ghtmlhttps://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/operando-nemo-cirurgia-retira-tumor-de-casal-de-peixes-palhaco.ghtml

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Vídeo - Documentário Sustentabilidade dos sistemas de produção do lambari-do-rabo-amarelo

Esse documentário foi produzido durante a realização da Tese de doutorado do Pesquisador Fernando Gonçalves. O objetivo desse vídeo é a divulgação dos resultados gerados a produtores rurais, formadores de políticas públicas e comunidade científica.

Nota do blog: o lambari citado no documentário é mais conhecido no Ceará como Piaba e em ambos os casos, o nome popular não corresponde a uma única espécie e sim a um grupo de espécies semelhantes.